sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

ROSA NO PAÍS DAS FLORES DA LUTA "O LIVRO"

Em jeito de: "Sinopse"
Na verdade, o meu livro tem uma página inicial com dedicatória, uma das quais é: "a todos os que combateram na guerra colonial". O texto, mais para a frente - tem um início leve que se vai adensando - aborda de facto a guerra colonial e o sacrifício dos militares portugueses, salientando os que voltaram mortos. Isto, sendo ficcionado, basei-as na morte de um oficial, marido de uma prima minha, em Henrique de Carvalho - já uma vez, na vossa página, fiz uma pergunta sobre ele - deixando órfão um menino, meu primo e afilhado, então com três anos. A minha prima teve uma crise psicótica quando recebeu o telegrama, e teve de ser internada em estabelecimento psiquiátrico, tendo sido eu, então com 21 anos, a dar apoio a ela, à minha tia e ao menino. Um mês e tal mais tarde, fui com ela esperar o caixão de chumbo ao cais, e fiquei toda a noite na igreja com ela a velá-lo. São experiências que não se esquecem. Além disso, o livro, que custa 14 euros, tem mais de 190 páginas e fotos a cores, tiradas por mim, uma das quais de um abrigo de militares portugueses, que muito me impressionou, em Mansabá, com um distintivo que não sei reconhecer, e também não pedi esclarecimento porque o livro se reporta apenas ao que eu sabia na altura e nada mais, tentando ser apenas um documento de época. . Informo que também sou membro da página, que sigo, Apoio aos militares portugueses com stress de guerra - e penso que são de facto muitos da minha geração, incluindo os que não estão formalmente diagnosticados.) Bem hajam todos os que lutaram pela Pátria, vítimas, ontem como hoje, de governantes ingratos!!!
A Autora: Maria C. Mascarenhas


terça-feira, 1 de janeiro de 2013

GUINÉ PORTUGUESA - BISSAU 1971


"FÉ NOS DESTINOS DESTA SAGRADA PARCELA DA NAÇÃO PORTUGUESA" Governador e Cmdt Chefe das Forças Armadas da Guiné Portuguesa  General António de Spínola

Mensagem de Ano Novo em 1 de Janeiro de 1971

Ao iniciar-se este novo ano, as minhas primeiras palavras são de revigorada fé nos destinos desta sagrada parcela da Nação Portuguesa.
O ideal de uma «Guiné Melhor». que preside à acção politico-social de Governo, transforma-se progressivamente numa realidade. E os inequívocos testemunhos a que temos vindo a assistir revelam bem a total adesão do bom Povo da Guiné à causa da liberdade,da paz e do progresso representada pela nossa política de promoção e de justiça social. Encontramo-nos, portanto, no caminho certo. A valorização e dignificação do povo guineense e a construção do seu progresso e bem-estar social continuarão a ser as coordenadas da política do Governo no ano que hoje começa.
Porque preservamos, acima de tudo, a liberdade das gentes que aqui vivem e trabalham, também não conhecerá tréguas a nossa luta contra os que, obstinada e criminosamente, persistam em espalhar a desolação e morte entre um povo que apenas pretende viver livremente e em paz. Esta nossa intransigente determinação não nos impede, porém, de receber fraternalmente todos aqueles que, arrebatados ao seio das suas famílias por falsas promessas,desejem abandonar o caminho da guerra. 
Prosseguiremos assim, neste novo ano, na firme defesa da liberdade e da paz do nosso Povo, e, simultaneamente, nas tarefas de fomento do progresso, que cada vez mais exigem a participação e o esforço de todos. Para tanto, impõe-se que o Povo da Guiné continue determinadamente na construção do seu futuro, uma vez que terá de ser o Povo, com a sua vontade e com o seu esforço, o principal obreiro do seu próprio bem-estar.
Continuaremos também a pautar a nossa linha de conduta à luz da feição caracterizadamente africana e multicultural da Nação Portuguesa, que assume a sua mais eloquente expressão na aglutinação de grupos humanos culturalmente heterogéneos, em plena igualdade de responsabilidades  de direitos e deveres. E na esperança da  instauração de uma nova ordem de paz no continente africano, manteremos o desejo de estreitar as relações de amizade e de franca colaboração com os restantes povos, sobretudo com os nossos vizinhos.
Nesta perspectiva, fieis aos princípios essencialmente humanos da nossa politica e reiterando a nossa fé no futuro da Guiné Portuguesa, certos da razão que nos assiste e confortados com a total, adesão do povo Guineense  continuaremos decididamente a lutar por uma «Guine Melhor». na firme convicção de marchamos na vanguarda da revolução social que conduzirá a África ao encontro consigo mesma.
Mensagem do Governador e Comandante  Chefe das Forças Armadas da Guiné Portuguesa.
Na  imagem, no Cumeré, exortando as tropas recém chegadas ao cumprimento do dever